quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Cronologia Wikileaks e Bradley Manning e livro Cypherpunks

Tirada do Livro Cypherpunks - Liberdade e o Futuro da Internet

De Julian Assange com Jacob Appelbaum, Andy Müller-Maguhn e Jérémie Zimmermann




2006 

4 de outubro: O domínio WikiLeaks.org é registrado.

6 de dezembro: WikiLeaks publica o primeiro documento, Inside Somalia and the Union of Islamic Courts.

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2007

15 de janeiro: A jornalista Elizabeth Williamson publica um artigo no Washington Post sobre o projeto WikiLeaks.

26-27 de janeiro: Julian Assange fala no Fórum Social Mundial sobre a presença de WikiLeaks no Quênia por alguns meses.

30 de agosto: WikiLeaks divulga relatório da empresa de consultoria de riscos Kroll, que alega o “desvio de 1 bilhão de libras do governo” por parentes e pessoas relacionadas ao líder queniano Daniel arap Moi. O governo do Quênia confirma que recebeu esse relatório em abril de 2004.

2 de outubro: Bradley Manning se junta ao exército.

6 de outubro: NATO Media Operations Center publica NATO in Afghanistan: Master Narrative. Com distribuição restrita à International Security Assistance Force (ISAF). Divulgada por WikiLeaks em 25 de fevereiro de 2009.

4-8 de novembro: WikiLeaks publica diversos artigos sobre a presença do exército norte- americano no Iraque, a partir de reportagens investigativas realizadas por Julian Assange e sua equipe.

14 de novembro: Daniel Quinn Jr., responsável pela segurança de informação do Comando Sul das Forças Armadas Americanas, envia e-mail para WikiLeaks, informando que os procedimentos operacionais da Força-Tarefa Guantánamo para a prisão na baía de Guantánamo, de 2003, compõem um relatório que não é público, e pergunta se o documento pode ser retirado do ar.

2008

Fevereiro: o site WikiLeaks.org ficou fora do ar ao longo de duas semanas por ordem judicial, que alegava a publicação indevida de documentos sobre lavagem de dinheiro e sonegação de impostos pelo Julius Bare Bank nas Ilhas Cayman e na Suíça.

Abril-Agosto: Bradley Manning recebe treinamento para se tornar analista de inteligência militar em Fort Huachuca.

4 de outubro: WikiLeaks abre uma conta no Twitter.

2009

5 de janeiro: WikiLeaks publica lista de 797 domínios filandeses censurados, usados para publicação de pornografia infantil.

14 de janeiro: Pentágono (CENTCOM) publica documento composto por doze slides de gráficos, mapas, estatísticas e textos sobre a guerra no Afeganistão, preparado pela International Security Assistance Force (ISAF) no Afeganistão e classificado como “Somente para uso oficial”. O documento foi intitulado “Metrics Brief, 2007-2008”, e publicado em 12 de fevereiro de 2008 no WikiLeaks.org.

19 de janeiro: WikiLeaks disponibiliza o livro censurado A Coup for the Rich: .ailand’s Political Crisis, originalmente publicado por Giles Ji Ungpakorn, professor-associado da Faculdade de Ciência Política da Chulalongkorn University, Tailândia.

23 de fevereiro: WikiLeaks publica gravações confidenciais do Bank Julius Baer feitas por Arturo Acosta Chappara, um desconhecido chefe de polícia mexicano responsável pelo desaparecimento de 140 detidos em Guerrero e condenado por tráfico de drogas.

27 de fevereiro: WikiLeaks acusa o Pentágono por derrubar oneteam.centcom.mil em resposta ao WikiLeaks quebrar a criptografia do documento NATO’s Master Narrative for Afghanistan, que pode ser encontrado no site da Central de Comando do Pentágono.

2 de março: Mandado de busca da polícia alemã conectando a lista dinamarquesa de censura publicada no WikiLeaks em fevereiro de 2009.

10 de março: WikiLeaks posta no Twitter: “WikiLeaks divulga lista de 5 mil doadores do senador Coleman, 56 mil apoaidores/contatos e mais. Fique atento”. O jornal .e Hill notificou WikiLeaks da posse indevida de informações particulares do candidato e informou que seria feita uma publicação on-line alegando que a campanha de Coleman havia sido violada.

11 de março: pelo Twitter, WikiLeaks divulga que o senador Coleman possui os códigos de segurança de cartões de crédito de todos os seus doadores e apoiadores.

12 de março: WikiLeaks publica um comunicado à imprensa a respeito do banco de dados de contribuintes do senador Coleman, declarando que:
1) WikiLeaks é um serviço público não partidário;
2) Coleman divulgou os dados de crédito completos, mas o WikiLeaks não [apenas os quatro últimos dígitos do cartão de crédito];
3) O banco de dados veio a público por meio da Campanha de Coleman;
4) De acordo com a lei, a Campanha de Coleman nunca deveria ter guardado as informações de segurança de seus contribuintes;
5) De acordo com a lei, a Campanha de Coleman deveria ter notificado os contribuintes.

18 de março: WikiLeaks publica carta do advogado queniano de direitos humanos Oscar Kamau Kindara assassinado, datada de 14 de outubro de 2008, endereçada ao ministro de Segurança Interna e ao presidente da Comissão Parlamentar de Segurança, que exigia explicações do governo sobre as circunstâncias que levaram aos assassinatos e aos desaparecimentos misteriosos de homens e mulheres entre julho de 2008 e setembro de 2008.

Fim de outubro: Bradley Manning chega ao Iraque.

20 de dezembro: Bradley Manning tem um “desvio de conduta” durante uma sessão de terapia. O soldado teria virado uma mesa, danificado um computador e sido contido por um oficial. Major Clausen escreveu um memorando sobre o incidente; Manning foi enviado a um especialista comportamental logo em seguida.

24 de dezembro: um psicólogo recomenda que Bradley Manning seja transferido do turno da noite para o turno do dia, com tarefas de baixa intensidade. Determina que Manning é potencialmente perigoso para si mesmo e para os demais, e recomenda a remoção de sua arma e maior monitoramento.

2010 

21 de janeiro: Bradley Manning deixa Bagdá para visitar sua família nos Estados Unidos e retorna em 11 de fevereiro.

18 de fevereiro: WikiLeaks publica telegrama confidencial da Embaixada dos Estados Unidos em Reykjavik, datado de 13 DE JANEIRO de 2010.

18 de março: Julian Assange teria sido perseguido durante um voo entre Reykjavik e Copenhagen por dois indivíduos com credenciais diplomáticas e registradas sob o nome de “U.S. State Department”.

22 de março: um voluntário da WikiLeaks foi detido pela polícia islandesa e interrogado por 21 horas, enquanto eram mostradas fotografias de Julian Assange em um restaurante de Reykjavik, no qual teria sido usada uma sala para “realizar um encontro para edição de um vídeo em que civis são mortos por pilotos norte-americanos”.

12 de abril: o informativo à imprensa enviado pelo Departamento de Defesa diz que “WikiLeaks, [é] um site de denúncia que publica documentos enviados por anônimos e documentos que vazaram”. Gates diz acreditar que o site não provocará consequências duradoras. Quando perguntado se a divulgação do vídeo de 2007 contendo imagens de civis iraquianos atingidos por tiros de militares norte-americanos em um helicóptero Apache prejudicaria a imagem dos Estados Unidos, respondeu que “achava que não”.

29 de maio: Bradley Manning é preso no Camp Arifjan, Kuwait, sob suspeita de fornecer ao WikiLeaks o vídeo de 2007.

5 de junho: Bradley Manning é acusado de vazar informação confidencial.

9 de junho: o agente especial Mark Mander, da unidade de Investigação de Crimes Computacionais do exército americano acompanhará o caso de Bradley Manning até novembro de 2011.

25 de julho: WikiLeaks publica os Diários da Guerra do Afeganistão, mais de 70 mil relatórios militares secretos que revelam assassinatos indiscriminados de civis por forças americanas.

26 de julho: o presidente do Comitê de Forças Armadas do Congresso envia uma nota à imprensa dizendo que “a divulgação de documentos secretos pode colocar a segurança nacional – e a vida de homens e mulheres em combate – em risco”.

27 de julho: o presidente Barack Obama, pela primeira vez, fala publicamente sobre WikiLeaks ter divulgado mais de 70 mil documentos secretos relacionados à guerra do Afeganistão.

29 de julho: no Camp Ari.an, Kuwait, Bradley Manning é considerado suspeito por estar envolvido na divulgação de centenas de relatórios de inteligência secreta sobre a guerra do Afeganistão. No dia seguinte, 30 de julho, será encaminhado para Quantico, na Virgínia.

11 de agosto: Assange chega à Suécia para uma conferência, onde irá conhecer as duas mulheres que o acusarão de abuso sexual e estupro.

20 de agosto: O Ministério Público sueco emite uma ordem de prisão contra Julian Assange por acusações de crimes sexuais a partir do depoimento de duas mulheres não identificadas.

21 de agosto: A ordem de prisão contra Assange é suspensa. A procuradora-chefe, Eva Finne, afirma que “Não há razões para suspeitar que ele tenha cometido estupro”. A investigação por abuso sexual irá continuar.

22 de agosto: o Pentágono, em sua conta do Twitter, chama Julian Assange de “estuprador”.

31 de agosto: Assange é interrogado por uma hora em Estocolmo, e nega as acusações.

1 de setembro: a procuradora Marianne Ny, diretora do departamento de processos contra crime sexuais, decide reabrir a investigação sobre estupro no caso de Assange.

22 de outubro: O WikiLeaks começa a publicar os Registros de Guerra do Iraque, 400 mil relatos de campo sobre a guerra do Iraque, mostrando inclusive tortura de prisioneiros pelas forças norte-americanas.

18 de novembro: A polícia sueca emite nova ordem de prisão contra Assange, para ser questionado.

20 de novembro: a Interpol emite uma ordem internacional de prisão contra Julian Assange, a pedido da Suécia. Dez dias depois, emite um “alerta vermelho” contra ele.

28 de novembro: O WikiLeaks começa a publicar o Cablegate, um conjunto de mais de 250 mil relatórios diplomáticos de 274 embaixadas dos EUA no mundo todo.

29 de novembro: Sarah Palin publica em sua conta no Facebook que Assange é “um antiamericano com sangue nas mãos” e questiona o motivo de as autoridades norte- americanas não estarem olhando para ele como olham para os terroristas.

30 de novembro: O ex-deputado democrata Barney Frank diz que Assange, Manning e WikiLeaks providenciaram ajuda e conforto aos inimigos dos Estados Unidos, e que, portanto, devem ser processados. O deputado republicano Doug Lamborn, do Colorado, diz que a administração atual não está fazendo o suficiente aos assuntos relacionados a WikiLeaks e segurança nacional. Já o republicano Steve King diz que Assange quer destruir a civilização ocidental e derrubar a Constituição, e o acusa de traição.

1 de dezembro: WikiLeaks é retirado dos servidores da Amazon.

7 de dezembro: Julian Assange se apresenta à polícia britânica após ter mandado de prisão expedido, em resposta a um pedido da justiça sueca.

14 de dezembro: A Julian Assange é concedida fiança, com a condição de que ele providencie o valor de £ 200.000 para o tribunal, com mais £ 40.000, garantidos em duas fianças de £ 20.000 cada. Ele permanecerá na prisão até 16 DE DEZEMBRO, aguardando a resolução de um recurso contra a decisão de fiança apresentado pela promotoria sueca.

16 de dezembro: é concedida a Assange prisão domiciliar enquanto aguarda sua audiência em fevereiro.

2011

11 de janeiro: o representante do Departamento de Estado, Pj Crowley, afirma que “WikiLeaks é sobre divulgação não autorizada de informações secretas, não é um exercício de liberdade na internet”.

19 de janeiro: Anistia Internacional denuncia tratamento de Bradley Manning em Quantico, Virgínia.

24 de fevereiro: Na Corte Belmarsh Magistrates em Londres, o juiz Howard Riddle decide que Assange deve ser extraditado para a Suécia.

25 de abril: WikiLeaks começa a divulgar os Arquivos de Guantánamo, centenas de fichas de 759 prisioneiros na prisão americana para terroristas, incluindo fichas médicas e relatos de interrogatórios.

3 de março: Defesa de Assange entra com pedido na Alta Corte britânica para bloquear a extradição à Suécia.

11 de março: Porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, PJ Crowley, chama o tratamento dado a Bradley Manning de “ridículo, contraproducente e estúpido” e pede demissão logo depois.

Maio: para advogados do Departamento de Justiça, a aplicação da lei norte-americana beneficiará a revolução digital, e, para isso, dependerá do auxílio internacional para investigar e recolher provas no exterior, e mencionam que WikiLeaks oferece orientações acerca da descoberta eletrônica.

12 de julho: Julgamento do pedido da defesa de Assange. Eles alegam que o pedido de extradição não poderia ter sido feito pela promotoria sueca, mas apenas por uma autoridade judicial.

13 de julho: a Alta Corte britânica decide ouvir o apelo de Assange contra a extradição.

1 de setembro: Todos os 250 mil documentos diplomáticos norte-americanos, sem qualquer restrição aos nomes, vazam na internet. A política do WikiLeaks era retirar todos os nomes de defensores de direitos que pudessem sofrer retaliações por terem ido a embaixadas. Mas a chave para a criptografia de arquivos que estavam na rede vazou, e os documentos foram disponibilizados por hackers.

2 de novembro: A Alta Corte britânica confirma a decisão da instância inferior de extraditar Assange.

3 de novembro: é realizado um grande exercício de segurança cibernética entre Estados Unidos e Reino Unido – EU-US Working Group on Cyber-security and Cyber-crime.

1 de dezembro: WikiLeaks publica os “Arquivos da Espionagem”, 287 e-mails, folhetos e vídeos de propaganda de 160 empresas que vendem tecnologia de vigilância em massa para empresas e governos – inclusive governos ditatoriais.

5 de dezembro: Assange ganha o direito de pedir na Corte Suprema britânica a reavaliação do seu caso de extradição, pois o tema é de interesse público.

2012

27 de fevereiro: WikiLeaks começa a publicar os Arquivos de Inteligência Global, mais de 5 milhões de e-mails da empresa de análise de inteligência Stratfor, que haviam sido hackeados dos servidores da empresa pelo grupo Anônimos.

5 de março: Relator da ONU sobre tortura, Juan E. Mendez, diz que “acredito que Bradley Manning foi sujeito a tratamento cruel, desumano e degradante durante o seu excessivo e prolongado isolamento em que foi mantido durante nove meses em Quantico.”

30 de maio: A Corte Suprema britânica decide que Assange deve ser extraditado para a Suécia para ser interrogado no caso de crimes sexuais. A Corte decide que o pedido feito pela promotoria sueca é válido segundo leis britânicas. Ele tem catorze dias para recorrer.

14 de junho: A Corte Suprema nega o pedido de Assange para reabrir o caso de legalidade do pedido de extradição.

19 de junho: Julian Assange pede asilo na embaixada do Equador em Londres.

5 de julho: o WikiLeaks começa a publicar mais de 2 milhões de e-mails do governo da Síria, provenientes dos ministérios da Presidência, de Relações Internacionais, Finanças, Informação e Transporte e Cultura.

15 de agosto: O governo equatoriano recebe uma carta da chancelaria do Reino Unido afirmando que tem o poder de revocar o status de embaixada a qualquer momento. Governo do Equador considera a carta uma ameaça de invadir sua embaixada.

16 de agosto: O Equador concede asilo político a Julian Assange. O governo britânico se nega a dar um salvo-conduto. Têm início negociações entre os dois países.

24 de agosto: Reunião de emergência na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington, onde estavam os chanceleres de todos os países-membros, aprovou por consenso, resolução de “solidariedade e apoio” ao Equador em relação à inviolabilidade de sua embaixada, em Londres.

25 de outubro: O WikiLeaks começa a publicar cem arquivos secretos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos detalhando políticas de detenção do Exército no Iraque e em Guantánamo.

7 de novembro: Defesa de Bradley Manning propõe que ele “aceite responsabilidades” parciais sobre os crimes imputados a ele. A proposta incluiria aceitar responsabilidade pelo vazamento parcial dos documentso secretos americanos.

29 de novembro: Bradley Manning depõe pela primeira vez em um procedimento pré- julgamento, nos EUA. Ele explicou como se sentiu quando foi preso no Kuwait em 2010: “Me lembro de pensar: vou morrer. Pensei que morreria naquela jaula”.

2 de dezembro: A justiça militar determina que o julgamento de Bradley Manning deve ser marcado para meados DE MARÇO de 2013, devido à discussão sobre se ele foi mantido em confinamento ilegal.

------------------------------------Fim  da cronologia do livro---------------------------------------------------------------

O livro pode ser baixado no link AQUI.

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